A Itaipu Binacional e a Embrapa começaram a estudar a fauna e a flora na área de proteção ao redor do reservatório da usina, na quarta-feira (7). Essa área cobre cerca de 30 mil hectares de mata ciliar, entre Foz do Iguaçu e Guaíra, no Oeste do Paraná.
O objetivo é verificar como está a conservação da mata, a conexão entre áreas de floresta e a diversidade de árvores. Segundo a Itaipu, esse será o inventário florestal mais completo já feito por uma usina hidrelétrica no Brasil.
Inicialmente, serão coletadas informações sobre as árvores, como o número, tamanho, galhos, folhas, flores e frutos. Essas amostras serão enviadas para herbários parceiros para identificação das espécies.
Depois, serão estudados outros aspectos, como os animais presentes, a genética das plantas, a qualidade do solo e a diversidade de plantas epífitas (como bromélias e orquídeas), que indicam a saúde ambiental da floresta.
A pesquisadora Maria Augusta Doetzer Rosot, da Embrapa, compara o trabalho a um inventário de bens de uma empresa. “Assim como se faz um levantamento dos bens de uma empresa, no inventário florestal são levantados os recursos da floresta”, explica.
O estudo não apenas fornecerá informações técnicas, mas também ajudará a conservar a biodiversidade da Mata Atlântica e a manter os serviços que a floresta oferece, como a retenção de carbono, que ajuda a combater as mudanças climáticas.
A área de proteção de Itaipu se estende por 170 quilômetros em linha reta, mas considerando as curvas das margens, chega a 1,4 mil quilômetros, passando por 15 municípios do Oeste do Paraná.
O primeiro grande inventário na área foi feito entre 1974 e 1976, antes da construção do reservatório, para planejar a usina. Esse estudo ajudou a definir os plantios que hoje formam a mata ciliar. Agora, um estudo mais completo será realizado, com novos recursos tecnológicos, para planejar os próximos 40 a 50 anos.
A gerente da Itaipu, Veridiana Alves da Costa Pereira, acrescenta que a área de proteção ainda está evoluindo. “Precisamos entender o que está acontecendo nela e como está funcionando”, diz. “Este novo inventário nos permitirá prever como a floresta vai se desenvolver no futuro.”