No começo de junho, o Governo do Paraná fez um levantamento das espécies ameaçadas de extinção no Paraná. O levantamento achou 330 espécies, das quais 46 são encontradas no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), mantido pela Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado.
De acordo com a classificação da Secretaria de Estado Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Instituto Água e Terra (IAT) e Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, seis dessas espécies estão sob risco extremamente alto de extinção na natureza.
Elas são: harpia (Harpia harpyja), mutum-de-penacho (Crax fasciolata), anta (Tapirus terrestris), bugio-ruivo (Alouatta guariba), cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) e onça-pintada (Panthera onca).
O refúgio tem hoje o maior plantel de harpias no mundo, com 31 exemplares da espécie. Algumas já foram enviadas até mesmo para o exterior.
Um intercâmbio com a Argentina enviou 29 mutuns-de-penacho para a Fundação Rewilding Argentina, para serem reintroduzidos à natureza no Gran Parque Iberá. Os mutuns, espécie considerada extinta na região havia 50 anos, já se reproduziram na natureza, ajudando a recompor o ecossistema da região.
Em relação às onças, o refúgio faz parte do Programa Nacional de Manejo Ex Situ da Onça-Pintada, coordenado pela Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente. Em setembro de 2023, a onça-pintada Cacau, nascida no Refúgio, foi levada para Corumbá de Goiás, para uma tentativa de acasalamento.
O trabalho que o refúgio desenvolve tem como objetivo ajudar na reprodução e contribuir para a manutenção da genética dos animais da Mata Atlântica, bem como permitir possíveis futuras reintroduções e revigoramento de áreas onde as espécies já foram ou estão perto de ser extintas.