Profissionais, veículos, equipamentos e água potável fazem parte do pacote de ações da Sanepar em prol do Rio Grande do Sul desde o início de maio. As equipes, formadas por 34 agentes operacionais e três engenheiros, contribuem com a distribuição de água tratada e o restauro das áreas atingidas pelas enchentes. Atuam ainda na limpeza de vias e logradouros públicos, na recuperação das unidades e sistemas de produção de água, na reconstrução de diques e no abastecimento com água tratada nas cidades que integram a Grande Porto Alegre. O trabalho deve ser mantido pela Sanepar no Estado vizinho ainda neste mês de junho.
A mobilização começou logo após a ocorrência da maior catástrofe do Sul e que deixou muitas cidades gaúchas em calamidade pública, dentre elas, a capital Porto Alegre. Imediatamente, a Sanepar enviou 144 mil copinhos de água potável e cinco caminhões-pipas ao Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) da capital, à Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e às prefeituras da Região Metropolitana de Porto Alegre. Os motoristas com os veículos saíram de Curitiba, Ponta Grossa, Pato Branco e Foz do Iguaçu, e trabalharam por mais de 30 dias no transporte de água potável para abastecer hospitais, alojamentos, lares de idosos, orfanatos, entre outros locais.
Já a equipe de engenharia eletromecânica da Sanepar teve como missão ajudar a reconstruir os diques de contenção em Porto Alegre, Canoas e São Lourenço, e auxiliar na restauração e recuperação dos equipamentos de captação, bombeamento e distribuição de água e de coleta e tratamento de esgoto, além de contribuir com a instalação de sistemas provisórios de bombeamento de água nas áreas alagadas.
Quando as águas começaram a baixar e a mostrar o rastro de danos, destruição e sujeira deixado nas cidades, a Companhia enviou cinco caminhões hidrojateadores para fazer a desobstrução de galerias de águas pluviais tomadas pela lama, a lavagem e a limpeza de ruas, calçadas, praças e outros locais públicos.
Adesão
A decisão da Sanepar de contribuir com o Rio Grande do Sul teve a adesão de equipes convidadas a participar da ação. Os empregados contam que enfrentaram muitos desafios, como a incerteza do que iriam encontrar, de onde ficariam alojados, do tempo e das condições com que iriam se deparar.
O agente operacional Carlos Alberto Setnarski, que atua na Sanepar em Irati, no Centro-Sul do Paraná, lembra que a tarefa não foi fácil. “A chuva e a falta de estrutura eram desafios diários, mas não nos deixaram esmorecer. Diante de tanto desespero, principalmente em busca de água potável, não víamos o tempo passar e sabíamos que estávamos fazendo a diferença”, afirma.
Segundo ele, dos diversos trabalhos em que participou, a limpeza nas ruas na área central de Porto Alegre foi muito marcante. “Vimos comerciantes descartando produtos danificados, e outras tantas pessoas buscando nesse descarte itens que pudessem de alguma forma aproveitar. Crianças à procura de brinquedos ou material escolar em meio ao lodo”, destaca.
Sidnei Martins da Silva, agente operacional que trabalha em Toledo, no Oeste do Paraná, conta que foram dias de trabalho intenso porque as ruas estavam com muita lama e lixo, um cheiro insuportável, sendo necessário o uso de máscara para poder suportar. “Ao iniciarmos a lavagem, aos poucos, o mau cheiro ia se dissipando, e começava a mostrar o resultado da limpeza. Seguimos lavando ruas e calçadas, terminal interurbano, a rodoviária e aos poucos contribuímos para liberar os espaços públicos e vendo as coisas voltando a funcionar. Foram dias de muito aprendizado, fortalecimento de amizades e foi muito gratificante ver o antes e o depois da limpeza e as pessoas transitando sem o uso de máscara”, destaca Silva.
“Também pudemos perceber e entender por que a Sanepar é a melhor empresa de saneamento do país. Agradeço a oportunidade de crescimento profissional e humano ao vivenciar essa experiência única e histórica. É um acontecimento que ficará marcado na história”, enfatiza.
De Cianorte, no Noroeste, outro agente operacional, Ronaldo Adriano Pivato, emociona-se ao relatar que foi um dos trabalhos mais gratificantes que pode prestar. “A tragédia que atingiu o Rio Grande é gigantesca. Desde que eu soube, queria de alguma forma ajudar como voluntário. Não é fácil estar aqui, mas apesar de tudo, vemos a gratidão das pessoas pelo pouco que a gente faz”, diz.
Água potável
Depois de enviar água potável envasada e caminhões-pipas, a Sanepar também colocou à disposição do governo gaúcho três reservatórios modulares com capacidade para armazenamento de 70 mil litros de água cada.
Doações
A solidariedade também foi demonstrada pelos empregados da Companhia na mobilização para arrecadação de alimentos, kits de higiene, agasalhos e cobertores, calçados e roupas de cama, mesa e banho. No total, mais de 5 toneladas de donativos saíram do Paraná rumo ao Estado vizinho.