A taxa básica de juros brasileira (Selic) vem caindo a cada vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne. E as projeções do mercado são de que essa queda, mesmo que de forma pouco acentuada, seja uma constante nos próximos meses. Isso faz com que investimentos seguros, como a renda fixa atrelada à Selic deixem de ser interessantes e aquela garantia de ter as economias rendendo cerca de 1% ao mês não exista mais. O cenário de queda de juros é desafiador para quem está poupando e investindo, mas também apresenta oportunidades para quem souber tirar proveito deste momento da economia.
A redução na taxa de juros é uma estratégia expansionista do Banco Central do Brasil para estimular o consumo. Com juros mais baixos, aumenta-se o acesso ao crédito e a possibilidade de financiamentos mais atrativos para a aquisição de bens como imóveis ou veículos. Outro mercado que aquece é o de bens de consumo duráveis, como eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, entre outros, com a possibilidade de compra parcelada mais atrativa. Mas, se a previsão é que a taxa siga caindo, por que não deixar essa compra para o momento em que a Selic chegue ao menor índice projetado, aproveitando esse período para aumentar seu capital?
Onde investir, então?
Para o assessor de investimentos Mauricio Buerger, sócio da Center Investimentos, o momento é de aproveitar as “janelas de atratividade” que o mercado ainda oferece, para se manter o tão almejado rendimento de 1% ao mês sem correr grandes riscos. “Ainda estamos em um momento de queda da Selic, que não deverá ser tão prolongado. A projeção da Selic terminal para 2025 está entre 10% e 9,5% (hoje, a taxa está em 10,75%). Com isso, existem, ainda, CDB, LCI e LCA com taxas atrativas, que não deverão mais estar disponíveis nos próximos meses. Ainda, mas por pouco tempo, é possível se alcançar o rendimento de 1% ao mês com investimentos pré-fixados”, comenta.
Outra alternativa apresentada por Buerger são os fundos de renda fixa que, segundo ele, têm entregado ganhos bem acima do CDI neste ano. “É uma classe de ativos que sofreu no ano passado, mas vem se recuperando”, conta. O assessor também comenta sobre os fundos imobiliários. “Com a queda dos juros, o diferencial passa a ser os dividendos, o que faz com que os fundos imobiliários tornem-se atrativos, já que esse mercado é um dos que se aquece com juros mais baixos”, aponta.
Diversificar, sem esquecer a liquidez
Para quem tolera um pouco mais de risco, a perspectiva de fortalecimento da atividade econômica abre janelas de oportunidades no mercado de renda variável. “Vale a pena separar uma parcela do capital investido para o mercado de ações. Não para ‘jogar’ na Bolsa de Valores, com operações diretas, mas uma boa carteira de ações para aproveitar a possibilidade de boa rentabilidade deste mercado”.
Assessorando, hoje, mais de R$ 100 milhões em investimentos de clientes, Maurício lembra da importância de se deixar uma parcela dos recursos aplicadas em produtos com liquidez. A reserva garante o que ele chama de “fundo de emergência” e, também serve como “reserva de oportunidade”. São recursos que podem ser acessados a qualquer momento, em caso de alguma necessidade especial ou reviravolta do mercado. “A economia brasileira segue vulnerável à mudanças políticas e influências externas. Guerras, crises em outros países e mesmo a mudança da política de juros em outras economias, como a norte-americana, por exemplo, podem alterar o cenário a qualquer momento. Não podemos estar com todo o nosso capital preso e ser pegos de surpresa”, conclui.
Sobre
Maurício Buerger é sócio da Center Investimentos, escritório credenciado junto a XP Investimentos, que faz parte das 20 maiores operações da XP no Brasil (G20) e que tem mais de R$ 5 bilhões assessorados. Ele trabalha como assessor de investimentos para carteiras a partir de R$ 300 mil. Clique aqui se quiser contatá-lo para saber se seus investimentos estão adequados para o momento.