A Economia Circular é um conceito de sustentabilidade que visa opor o desperdício. Ao contrário do modelo linear tradicional, onde se extraí, fabrica e eventualmente descarta, a economia circular propõe um ciclo contínuo de reutilização, reciclagem e regeneração.
Neste modelo de produção, os produtos são feitos para serem utilizados inúmeras vezes. Para isso, os materiais e montagem do produto devem priorizar a longevidade e boa performance ao longo da vida útil. E mesmo chegando ao fim da vida útil, produtos que foram fabricados sob a lógica da economia circular levam em consideração o fácil reparo e reciclagem do produto.
Um exemplo simples desse tipo de produto são os copos térmicos, que viraram moda recentemente. Com o uso deles, há uma redução no consumo de descartáveis. Numa escala maior, temos móveis modulares, que permitem ser desmontados e movidos com facilidade, assim como a sua reconfiguração no espaço.
Benefícios
Além dos benefícios individuais envolvidos em consumir menos produtos de uso único, a Economia Circular também tem um impacto em larga escala quando praticado. Um dos benefícios é a redução de poluição e resíduos. Com menos produtos sendo fabricados, menos energia é gasta na cadeia de produção. E com menos produtos sendo descartados, menos resíduos são soltos na natureza.
A possibilidade de reciclar o próprio produto para matéria prima também reduz toda a poluição envolvida na extração de recursos da natureza, outro princípio da Economia Circular.
Oportunidade de negócios
Um exemplo de empresa em solo paranaense que está seguindo a lógica da Economia Circular é a Packem. A empresa que se especializou na reciclagem de grandes embalagens plásticas, investindo R$ 75 milhões para a instalação de uma fábrica na Cidade Industrial de Curitiba. Em uma área total de 35 mil metros quadrados, essa instalação tem capacidade de reciclar 1,2 bilhão de garrafas pet por ano. E recentemente a Packem também abriu outra instalação na Índia. Assim como a fábrica paranaense, essa fábrica vai transformar o plástico coletado em “big bags”. Sacolas plásticas grandes e flexíveis usadas para transportar produtos em pó, a granel ou líquidos.
Na Lapa, o Grupo Potencial tem a maior planta produtora de biocombustível do Brasil. Através de um investimento de R$ 1,7 bilhão, a empresa gera o biocombustível a partir de óleo de cozinha usado e resíduos de gordura animal. Esse tipo de combustível não só é menos poluente como também se utiliza de materiais já descartados, dando uma segunda vida para esses produtos.
Outro exemplo é da Sanepar. A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), em Curitiba, usa de biomassa (cavaco de madeira), biogás e lodo seco do próprio processo para secar o lodo. Ou seja, a planta transforma resíduos em recursos energéticos, utilizando os princípios da economia circular e eficiência energética. A inovação venceu o Prêmio Melhores do Biogás 2024. A Sanepar também entrega lodo de esgoto para agricultores usarem como adubo em suas terras, outro exemplo de Economia Circular que pensa no aproveitamento máximo de recursos e reciclagem. Em 2022, 157 agricultores receberam esse repasse de adubo.
Com informações da Agência Estadual de Notícias