Encerrada a janela partidária e o prazo para a filiação dos pré-candidatos nas eleições municipais, aos partidos pelo qual disputarão o pleito, o Progressistas (PP) desponta como a legenda que mais atraiu pré-candidatos competitivos nas principais cidades do Paraná. Das 10 maiores cidades, o partido tem nomes em oito. E a movimentação não parou por aí, com o PP filiando potenciais candidatos, também, em cidades médias e pequenas, mas com importância regional.
O PP é presidido, hoje, pela deputada estadual Maria Victória, filha do deputado federal licenciado Ricardo Barros. O deputado está licenciado porque ocupa a Secretaria de Estado da Indústria e Comércio do governo Ratinho Junior. Mas, em várias dessas cidades, o PP estuda lançar candidato contra o nome do governador na disputa.
Em Maringá, reduto eleitoral da Família Barros, o partido tem como pré-candidato o ex-prefeito Silvio Barros, irmão de Ricardo, que enfrentará o vice-prefeito Edson Scabora – recém-filiado ao PSD a convite de Ratinho Junior. Em Londrina, o prefeito Marcelo Belinati (PP) filiou ao partido e indicou como pré-candidata à sua sucessão a secretária de Educação Maria Tereza Paschoal de Moraes. Na segunda maior cidade do Estado, o PSD lançou o deputado estadual Tiago Amaral como pré-candidato.
Em Cascavel, o partido de Barros vai com o recém-filiado deputado estadual Márcio Pacheco. Até a última semana, o PSD também tinha pré-candidato na cidade: o deputado estadual Gugu Bueno, que retirou a pré-candidatura na última quinta-feira (4). O partido do governador, no entanto, ainda não definiu quem irar apoiar na cidade.
Também no Oeste, o PP filiou o ex-prefeito de Foz do Iguaçu Paulo Mac Donald para a disputa. Na fronteira, o governador Ratinho Junior comprometeu-se a apoiar o ex-diretor geral da Itaipu Binacional, general Silva e Luna, levado ao PL pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A movimentação mais polêmica, no entanto, ocorreu em Ponta Grossa. O PSD havia feito uma manobra ousada, liberando a prefeita Professora Elisabeth para o União Brasil para trabalhar a pré-candidatura do secretário Marcelo Rangel. No final da janela, o PP filiou a vereadora Joce Canto, irmã da deputada estadual Mabel Canto (PSDB) e filha do ex-prefeito e ex-deputado Jocelito Canto. A família Canto é a principal adversária dos irmãos Marcelo Rangel e Sandro Alex nos Campos Gerais.
Em duas outras grandes cidades, o PP tem nomes fortes, mas dispostos a compor com o PSD ou o grupo político de Ratinho Junior. É o caso de Guarapuava, onde o partido filiou o ex-prefeito Cesar Silvestri Filho. Silvestri diz não ter pretensão de disputar novamente a prefeitura e só lançaria a candidatura em último caso. Já em Curitiba, a própria Maria Victória é apresentada como pré-candidata, mas o partido segue pleiteando a indicação de sua presidente estadual como vice de Eduardo Pimentel (PSD).
O PP ainda fez filiações estratégicas visando disputar as prefeituras com chance de vitória, mesmo que contra candidatos apoiados pelo Governo do Paraná, em Sarandi, Campo Largo, Campo Mourão, Umuarama, Cornélio Procópio, Paranavaí e Cianorte. Assim, o PP torna-se uma ameaça até maior que as legendas de oposição (PT e PDT, entre outros) à hegemonia do PSD no estado.
Ricardo Barros disse a O Luzeiro que filiar novas lideranças e lançar candidaturas competitivas no maior número de cidades é estratégia contínua do partido, que a busca por crescimento é natural e que disputas pontuais com candidatos de partidos aliados fazem parte do jogo político. O secretário disse manter-se parceiro do governador Ratinho Junior e comprometido com sua gestão.
“O Progressistas tem a meta contínua de crescer no Estado, fizemos isso na janela de 2022 com a chegada dos deputados Pedro Lupion, Tião Medeiros, Christiane Yared, depois Toninho Wandscheer, entre outras lideranças. Agora, realizamos um trabalho de articulação e tivemos sucesso em filiar grandes nomes em todas as regiões. Mérito dos nossos deputados, prefeitos e da nossa Executiva. Presidido pela deputada Maria Victoria, o Progressistas se organiza para lançar candidaturas competitivas a prefeito e chapas completas para vereadores nas principais cidades do Estado”, disse.
“Estamos aliados ao PSD em dezenas de cidades do Paraná. É natural que ocorram disputas municipais entre o conjunto de partidos que apoiam o governador Ratinho Júnior. São situações locais específicas, que não afetam a excelente gestão da qual participamos, comandada pelo governador Ratinho Júnior”, concluiu.