Das cinco maiores cidades do Paraná, a única com possibilidade de reeleger o prefeito neste ano é Ponta Grossa. Ao contrário de Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, onde já atuam prefeitos reeleitos, Professora Elizabeth (PSD) está concluindo seu primeiro mandato, estando, assim, apta a se candidatar para mais quatro anos à frente da prefeitura. Mas Ponta Grossa é justamente onde a atual administração municipal tem a menor aprovação entre as cinco grandes cidades (55%) e o PSD cogita até mesmo nem lançar a prefeita à reeleição, substituindo por outra candidatura considerada mais viável, como a do ex-prefeito e secretário de Estado da Inovação, Marcelo Rangel.
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A cidade também é a única em que o atual prefeito não lidera a pesquisa espontânea, modalidade em que o entrevistado cita seu favorito, sem ser apresentado a uma lista de pré-candidatos disponíveis. Coincidentemente, Ponta Grossa teve, ainda, o menor número de pesquisas de opinião pública divulgadas no ano passado. A reportagem leva em conta o último levantamento disponível do Instituto Radar, de 10 de setembro de 2023.
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Segundo o instituto, o nome da prefeita foi apenas o 4º mais citado pelos entrevistados na pesquisa espontânea, atrás da deputada estadual Mabel Canto (PSDB), do ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD) e do pai de Mabel, o ex-prefeito e ex-deputado Jocelito Canto (PSDB). O quadro faz com que o partido cogite, até, não lançar Elizabeth à reeleição, substituindo seu nome pelo de Rangel ou de seu irmão, o secretário de Infraestrutura, Sandro Alex (PSD). Na última semana de fevereiro, Rangel anunciou que é pré-candidato a prefeito e que colocará seu nome na disputa de prévias do PSD para a definição do candidato.
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A eleição de Elizabeth foi a mais difícil do grupo político do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) em 2020. Ponta Grossa foi a única cidade do Paraná com segundo turno e, com participação direta do governador, a então vice-prefeita de Rangel conseguiu uma virada sobre Mabel Canto (PSDB), vencendo por apenas 8 mil votos. As queixas da população quanto à saúde pública no município, no entanto, fazem a aprovação da prefeita cair e colocam sua principal opositora como favorita na eleição de outubro.
Na pesquisa estimulada da Radar, Mabel chega a atingir 48% da preferência do eleitorado (dependendo do cenário), contra 21% no melhor quadro para a atual prefeita.
Outros nomes, no entanto, podem movimentar a disputa na principal cidade dos Campos Gerais. O deputado federal Aliel Machado (PSB), que apoiou Mabel em 2020, deve, agora, voltar à disputa, incentivado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para ser o nome da frente de esquerda na eleição ponta-grossense. Aliel, contudo, não foi considerado em nenhum cenário estimulado pela pesquisa Radar. Já o ex-deputado Plauto Miró (sem partido) foi apontado como pré-candidato pelo instituto e apareceu na terceira posição, com 10% das intenções de voto.
A pesquisa, no entanto, foi divulgada antes de ter vindo a público o acordo de não persecução penal em que Plauto admitiu ter recebido propina pela manutenção de um contrato da TV Assembleia, quando foi primeiro-secretário do Poder Legislativo estadual. Como não foram divulgadas pesquisas posteriores, não é possível avaliar qual o efeito dessa revelação na sua preferência junto aos ponta-grossenses.