O Paraná continua a se destacar na produção nacional de tilápia. De acordo com dados do Anuário PeixeBR, da Associação Brasileira de Piscicultura, divulgados nesta quinta (29), o Estado aumentou sua produção em aproximadamente 8%, passando de 194.100 toneladas, em 2022, para 209.500, em 2023. Isso já representa um quarto, ou seja, 25%, da produção do peixe em âmbito nacional.
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Mantendo-se na liderança há alguns anos, o Paraná produz atualmente quase o triplo de tilápia do que o segundo colocado, que é o Estado de São Paulo, com 75.700 toneladas. Os demais destaques ficam para Minas Gerais (58.200), Santa Catarina (44.600) e Mato Grosso do Sul (32.000).
Somados a outros peixes cultivados, o Paraná cresceu 9,9% em produção em 2023, atingindo 213.300 toneladas – 24% do total nacional. De acordo com Francisco Medeiros, presidente da associação, o modelo cooperativista praticado no Paraná provou-se uma estratégia vencedora, assim como verificado em outras proteínas animais, como frangos e suínos. A apresentação do anuário aconteceu na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Acesse aqui os dados completos do anuário.
Consumo sobe, mas ainda deixa a desejar
A novidade do documento foi a apresentação de dados sobre o consumo de tilápia. De 2014 para cá, o consumo deste peixe praticamente dobrou, saltando 1,47 kg per capita para 2,84 kg, o maior aumento comparativamente a todas as demais proteínas animais. O consumo, no entanto, ainda é muito inferior às médias per capita da utilização de carne de gado, aves e suínos. Como comparativo, no mesmo período a carne de gado caiu de 42 para 32 kg por pessoa ao ano. Já o frango, subiu de 42 para 46 kg.
De acordo com o anuário, em 2022 o Instituto Axxus realizou pesquisa para entender qual a percepção dos brasileiros em relação à tilápia. O resultado mostrou que 7 em cada 10 pessoas consultadas apreciam esse peixe. “O caminho do crescimento do consumo é inevitável. Caberá ao governo definir se vamos produzir toda essa nova demanda ou vamos importar”, disse Medeiros, lembrando que o índice de consumo mundial médio per capita de peixes é de 10 a 20 kg por ano.
Outro ponto que contribuiu para o sucesso do peixe foi a própria diversificação de produtos das cooperativas. Pioneira no sistema integrado de piscicultura no Brasil, a Copacol possui uma variedade de produtos da tilápia e segue lançando apresentações novas para fazer com que o consumidor se adapte cada vez mais, criando o hábito de introduzir o peixe em sua alimentação. O último foi a tilápia inteira, para ser assada na grelha como churrasco. “Sempre estamos trazendo opções para quem gosta do peixe e não abrem mão do sabor e da qualidade nas refeições”, afirmou o gerente de Marketing da Copacol, Alexandre Lachi.
80% do volume exportado saiu das criações no Paraná
No total, o país exportou 6.815 toneladas de peixes de cultivo – com liderança expressiva da tilápia – e receita de US$ 24,7 milhões. Cerca de 80% desse montante é oriundo do Paraná.
Houve um aumento financeiro capitado em dólar (4%), mas uma redução de 20 toneladas em volume. Em 2022, o preço médio por kg das exportações da piscicultura do Brasil era US$ 3,49 kg e, em 2023, foi de US$ 4,23/kg, ou seja expressivo aumento de 21,2%.
“Muitos dos exportadores preferem manter esse produto no mercado nacional. Ainda temos um grande caminho para percorrer em relação a venda aos EUA, principal comprador”, comentou Francisco. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço da tilápia internamente subiu 33% em 2 anos, enquanto no mercado exterior apenas 7%.
O anuário também explica que o embarque para os outros países diminuiu também porque produtos de maior valor agregado, como filés frescos, foram mais buscados pelos compradores em vez de congelados.
O Brasil é somente o 7º maior exportador de peixes de cultivo, apesar de ser o 4º maior produtor mundial, perdendo para China, Indonésia e Egito.