A Cocamar Cooperativa Agroindustrial confirmou o investimento de R$ 750 milhões para a implantação de uma esmagadora de soja em seu parque industrial em Maringá, no Noroeste do Paraná. O empreendimento foi incluído no Paraná Competitivo, programa de incentivos fiscais do Governo do Estado – fato que foi celebrado com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior.
A previsão é de que a planta, que será construída em uma área de 70 mil metros quadrados, seja concluída em 2027. A indústria terá capacidade de processamento de 5 mil toneladas de soja por dia, ampliando em 70% a capacidade atual de processamento da cooperativa, e promete ser uma das maiores e mais modernas esmagadoras de soja do Brasil.
Durante a construção, que terá duração aproximada de dois anos, serão contratados mais de 1,5 mil trabalhadores e centenas de empresas prestadoras de serviços, a maioria da região de Maringá. Quando iniciar a produção, a previsão é gerar cerca de 300 empregos.
Projeto faz parte de redimensionamento do parque
A Cocamar é uma das maiores cooperativas do Brasil e uma das líderes nacionais no setor agroindustrial. O projeto faz parte de um amplo redimensionamento do parque industrial da cooperativa, que já concluiu a ampliação da capacidade estática de armazenagem de grãos para 2,7 milhões de toneladas.
Com a esmagadora, a Cocamar vai ampliar sua capacidade de processamento, comercializando um maior volume de produtos com maior valor agregado, como farelo de soja, óleo de soja e biodiesel. O objetivo é gerar mais renda para os 20 mil produtores cooperados, distribuídos entre as 116 unidades operacionais, localizadas nos Estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
“Nós tivemos um aumento muito significativo no recebimento de soja pelos nossos cooperados, especialmente nos últimos cinco anos, chegando a um total de 2,5 milhões de toneladas por ano. No entanto, hoje, só temos estrutura instalada para processar cerca de 1 milhão de toneladas. Por isso, vimos a necessidade de ampliar o parque, o que no futuro vai agregar mais renda ao cooperado”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço.
Na prática, o novo empreendimento, assim que entrar em funcionamento, vai ampliar a capacidade de processamento de farelo de soja dos atuais 740 mil para 1,8 milhão por ano e aumentar a produção de óleo de soja de 200 mil para 500 mil.
O que é o Paraná Competitivo?
O Paraná Competitivo é um dos principais atrativos para investimentos do Paraná. Por meio de benefícios bem estruturados e sustentados por lei, o programa apoia tanto o novo investidor, quanto empresas já estabelecidas que estejam expandindo os seus negócios.
Para o presidente da Cocamar, Divanir Higino, o programa Paraná Competitivo é o grande propulsor do investimento anunciado pela cooperativa. “Ao todo, é um apoio que tem um impacto de R$ 400 milhões neste empreendimento. É imposto que a gente deixa de pagar agora e paga mais para frente, compensando os valores gerados”, afirmou.
Além disso, parte do recurso que viabilizará o início da construção foi obtido por meio de uma linha de financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), instituição pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O restante será captado junto a outras instituições bancárias.
O objetivo do Paraná Competitivo é atrair e manter indústrias dentro do Estado, agregando valor à produção local, gerando renda e desenvolvimento a todas as regiões paranaenses. No caso da Cocamar, ao invés de comercializar a soja em grão, a cooperativa vai abastecer o mercado com produtos industrializados que têm maior valor agregado.
Nova planta será pautada na sustentabilidade
A sustentabilidade é um dos parâmetros adotados pela cooperativa para a nova indústria, que será totalmente automatizada e operada por sistemas computadorizados. A planta consumirá menos água, vapor, solvente e biomassa, além de não gerar efluentes.
Em comparação com uma estrutura convencional de mesma capacidade, estima-se uma redução anual de 230 milhões de litros de água, 125 mil toneladas de vapor, 700 mil litros de solventes e 10,4 mil toneladas de biomassa.
Com tecnologia de ponta, como descascamento a morno e extrator de alta eficiência, a planta permitirá a produção de farelo hipro (com 48% de proteína), além do farelo de soja tradicional (46% de proteína). Todo o óleo excedente da nova indústria será consumido nas plantas de biodiesel e óleo refinado.
Para viabilizar a logística do aumento de produção, será construído um novo terminal ferroviário, além da ampliação do pátio de triagem e dos armazéns de farelo. A estrutura também contará com sistemas de recuperação de solvente e geração de vapor a partir de água residual, alinhando-se às melhores práticas ambientais.
Com informações da Agência Estadual de Notícias