Os dois grupos políticos que protagonizaram todas as eleições municipais de Toledo, no Oeste do Paraná, desde o ano 2000 devem polarizar a disputa mais uma vez neste ano. O atual prefeito Beto Lunitti vai para a sua sétima eleição seguida. Como adversário, terá a aliança em torno das duas mais tradicionais famílias políticas da cidade: Schiavinato e Sperafico, representada, no entanto, por um nome estreante na política, o de Mario Costenaro, ex-presidente da Associação Comercial de Toledo.
Outra diferença está nos partidos representados nesta rivalidade. As seis últimas eleições de Toledo foram marcadas pelo confronto entre MDB, partido ao qual Lunitti sempre esteve filiado e o PP, partido de Schiavinato e Sperafico. No pleito deste ano, no entanto, Lunitti disputará filiado ao PSD e Costenaro, ao Republicanos, numa reviravolta ocorrida no início deste ano.
Costenaro estava no PSD e era o nome do partido para a disputa, já com o apoio do PP e de outras legendas ligadas ao grupo político. Mas o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), na condição de presidente estadual do partido, convidou Lunitti para ingressar no PSD e assumir a presidência da sigla em Toledo. Movimento que fez com que Costenaro tivesse que buscar uma nova legenda para manter a pré-candidatura, escolhendo o caminho do Republicanos.
Costenaro tem como pré-candidato a vice o ex-prefeito Lúcio de Marchi (PP), que acumula um histórico de disputas com Lunitti. Lúcio foi vice de José Carlos Schiavato nas eleições de 2008, derrotando a chapa de Lunitti. Depois, em 2016, quando Lunitti era prefeito candidato a reeleição, Lúcio o derrotou mais uma vez, desta vez encabeçando a chapa. Mas, quando tentou a reeleição em 2020, foi derrotado pelo atual prefeito.
O atual vice-prefeito, Ademar Dorfschmidt, também disputará a reeleição, mas, também por uma nova sigla: trocou o União Brasil pelo PL, repetindo, assim em Toledo a aliança PSD / PL construída por Ratinho Junior com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As movimentações partidárias de última hora em Toledo racharam algumas alianças, inclusive dentro dos próprios partidos. No PSD, alguns deputados estaduais que já haviam assumido compromisso com Costenaro mantiveram a posição, como o líder do governo Hussein Bakri, que enviou vídeo para o evento de lançamento da pré-candidatura do filiado ao Republicanos.
Já o ex-vice-prefeito Tita Furlan, que foi vice na gestão de Lúcio, entre 2017 e 2020, e aparecia como uma das opções de pré-candidatos do grupo político, anunciou filiação ao PSD e apoio à reeleição de Lunitti.
Outros nomes
Furlan, inclusive, apareceu como opção na única pesquisa eleitoral divulgada em Toledo neste ano e foi o segundo nome mais citado pelos eleitores, com 12,1%, à frente de Costenaro, que tinha 6% das intenções de voto na pesquisa do instituto Opinião divulgada em 27 de março.
Outra pré-candidata, Simone Sponholz, também apareceu na frente do pré-candidato do Republicanos, com 8,6%, mas como ela está no PL, partido para o qual migrou o vice-prefeito, também não deve disputar o pleito. A pesquisa, que é liderada pelo atual prefeito com 52,4%, apresenta, ainda, a pré-candidata Nelsi Welter (PT), mulher do deputado federal Elton Welter (PT), que deverá ser o nome da esquerda no pleito. Nelsi apareceu com 4,5% das intenções de voto.
A pesquisa foi contratada pelo jornal Preto no Branco junto ao Instituto Opinião e devidamente registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número PR 04118/2024. Foram entrevistadas 610 pessoas no período de 22 a 25 de março de 2024. A margem de erro é de 4 pontos percentuais, com 95% de confiabilidade.